Cala a boca ao jantar.
Endireita-te. Mastiga com pausa,
Bebe sem parar, mas nunca digas a causa,
Da dormência desse ar.
Dorme para o lado que não gostas.
Finge ler a bíblia sagrada!
Enfatiza a dor nas costas,
Mas nunca afies a espada,
Que guardas, debaixo da almofada,
Onde o teu bebe dorme.
Vê-te ao espelho, aprumado,
Ensaia o discurso ensaiado
E suspira três vezes ou por todos os meses,
Que não dizes a verdade.
Alista-te no exército que te condena,
O que te aplaude na cena
Em que cais de cabeça, no cais abandonado.
Não peças socorro. Não abanes a bandeira,
É que o teu amigo, dá-se com o inimigo,
E agem no fundo, da mesma maneira.
Diz que amas a tua mulher, mesmo que não a conheças.
Cumprimenta o vizinho, não tens educação?
Anda leve, agradece o ninho,
Mesmo que não mereças, aninha a condenação.
2 comentários:
muito bom...
muito bom, sim senhora. gostei particularmente da última estrofe
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