Vi-me lá, longe, sentada e serena, a fazer jus ao que me fora ensinado -
a dar crédito à minha formação.
Vi-me lá, longe, louca e solta, a fazer jus ao que me foi alimentado -
à felicidade que já foi minha condição.
Agarro as bolas de sabão que o pequeno me faz -
grita, contente, com a existência da magia que se espalha pelo chão,
grita inocente, com a fácil forma de vida, que ainda ama e traz.
Vejo-me outra vez através das bolas, e sinto-me mais pequena.
Elas rebentam, acabam e morrem,
sinto-me outra vez, mulher-dilema.
Elas voam, transparentes e livres,
sinto-me outra vez eu mesma, de mim, com pena.
Caso os dedos e faço força.
Eles estalam, sei que faz mal, mas esqueço isso.
Estou nervosa, quero sair, mas temo a mossa,
eles estalam, sei que faz mal, mas fico nisto -
até que a noite acabe - até que se transforme em dia - até que o tempo, já se sabe - diga que é tarde para querer ser dia.
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