domingo, 25 de novembro de 2012

estar comigo


Da vontade exagerada em querer sentir gente, passei a saber saborear o momento em que a gente sente,
que o mundo acabará vazio.
Sabe bem conhecer a solidão, perceber o vazio e senti-lo.
Sabe-me bem ser eu, comigo,
sem estigma, sem preconceito, sem outro amigo,
apenas num mundo criado, sob um bom ou mau bocado,
apenas eu e eu, na bolha de uma conformação.
Não há drama estar só,
dramático é não saber viver na solidão.

Da vontade exagerada em sentir um aperto, apertado,
percebi que não gosto nem do som abafado,
nem do circulo fechado que fazem à minha volta.
É a liberdade que anseio, mesmo que não saia do meu meio
daqui para lado nenhum.
No meu quarto posso ser livre, sem ter passaporte algum,
posso ser eu e eu, comigo,
sem vontade de estar em outro lugar que não seja este -
o meu espaço confinado, a mais outra identidade que não a minha -
ao meu alter ego, à minha sombra, à minha própria companhia.

1 comentário:

Simão disse...

Adorei! Só podias ter sido tu a escrever este poema. Revelas-te a cada palavra.